domingo, 31 de outubro de 2010

As Empenas de Brasília

BRASÍLIA!!!


Conheci nossa capital federal neste mês de outubro durante o ELEA2010 (Encontro Latino-Americano de Estudantes de Arquitetura) que ocorreu lá. Entre tantas atividades e oportunidades de descanso na Cidade ELEA, tivemos a chance de percorrer Brasília o quanto quiséssemos.


Me senti muito bem na cidade. Apesar do calor constante de aproximadamente 30º, era um calor seco, que não te deixava colado de suor. Incrível o poder que um presidente tem, em fazer milhares de nordestinos, candangos, largarem suas vidas na esperança de um futuro próspero na nova capital. Lúcio Costa que foi esperto: aproveitou a chance e fez a unica cidade nos moldes o urbanismo moderno. Só aqui você encontra as super-quadras, meu caro.


Mas apesar de todo o estudo e crítica que pode haver encima do Plano Piloto, o que mais me chama a atenção é que Brasília é uma cidade aberta. Você pode ver a cidade, senti-la, notar os prédios e toda a extensão urbana. E o que realmente captou meu olhar foram as empenas.


Em uma cidade como Pelotas, com uma organização régia da arquitetura militar do século XIX, as empenas se tornam vilões, pois demonstram as grandes diferenças de altura entre os prédios e o descaso com o entorno. Em Brasília, a empena se transforma em algo escultórico, compondo o prédio, não sendo apenas o resultado de colar o edifício no limite do terreno.


Gostei muito da Biblioteca Nacional. Uma tentativa de Niemeyer de trazer um edifício com a escala da super-quadra (seis pavimentos com pilotis) para o Eixo Monumental, implantado entre o Museu Nacional e o acesso da Rodoviária. Além da beleza do edifício e do seu interior, acompanhando as inovações tecnológicas que envolvem os projetos institucionais, sua empena voltada para a avenida, à mostra de todos, é algo que encanta. Simples, direta, bonita. Mies estaria orgulhoso, é uma expressão máxima do "menos é mais".


Os edifícios dos Ministérios são outros bons exemplos. Estando próximos a eles, perde-se a escala e se parecem apenas com paredes ao seu lado, mas ao vislumbrá-los ao longe, percebe-se uma rica implantação e uma composição urbana fantástica. É como se as empenas, todas voltadas para o Eixo Monumental, formassem um corredor, direcionando ao Congresso Nacional.


Brasília com certeza tem muito mais a oferecer além de suas empenas, mas é uma cidade que traz uma dialética típica do Brasil: ame-a ou deixe-a! Cabe a você decidir.





P.S.: Como não podia faltar...Pisco! Pisco! Pisco! Pisco!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O trabalho de faculdade de Chico Buarque

Tem coisa mais engraçada? Pelo menos sobra espaço verde...

domingo, 26 de setembro de 2010

Rafael Patalano com VAIO Série X

Como eu havia comentado anteriormente, o Rafael Patalano protagonizou uma propaganda do novo notebook Sony VAIO Série X. Procurei por muito tempo o vídeo, e finalmente o achei. Agora é só assistir e se inspirar nele: quem sabe um dia nós também não vamos ser assim, famosos?

sábado, 25 de setembro de 2010

A Arquitetura Branca

Cores são sempre um pesadelo para arquitetos. As harmonias, as combinações e os tons são sempre questões difíceis de resolver porque lidam diretamente com gostos e preferências. Na faculdade então, é o inferno na Terra! Quem não lembra de ter que misturar e misturar tinta para fazer a tal estrela-de-cores, ou pior, o círculo-colorístico (esse nome deve ser até satânico)!
O que muitos fazem, e eu me incluo neste grupo, é pintar toda a fachada de branco. Simples, rápido, todos gostam e a tinta dessa cor sempre é mais barata. Mas será tão simples assim trabalhar com o branco? Mesmo sendo a reunião de todas as cores, não é tão fácil assim usá-la.

O branco acarreta uma questão que não é sempre percebida: o destaque. A cor branca tem esse poder de dirigir a atenção, seja para o entorno ou seja para um detalhe de cor.

Um exemplo são as cidades das ilhas gregas, principalmente as cidades da Ilha de Santorini, de longe a mais famosa. O branco faz a cidade mesclar-se à paisagem. Não vemos apenas a cidade, vemos toda a natureza e exuberância da paisagem ao redor. Impossível concentrar-se apenas na cidade. O mesmo ocorre aqui próximo de nós, no Museu Iberê Camargo, em Porto Alegre. Um prisma branco cravado na encosta verde do Rio Guaíba. Ninguém consegue olhar apenas para o edifício. É necessário à nossa percepção ver todo o verde em torno do edifício. Apreciar o prédio e o Guaíba. O prédio e a mata nativa.

O oposto também ocorre, principalmente em interiores. Quanto mais branco o entorno, mais destaque se dá a cor natural dos materiais. Tente ver a imagem: uma sala com paredes brancas, teto branco e um móvel em tom de madeira. O que mais chama a atenção? O móvel. Quanto mais claro o entorno, mais nítido aos olhos as cores e materiais puros e não-brancos.

São estes pequenos jogos de cores que temos que usar quando pensamos na cor branca. Temos que ser arquitetos ardilosos a ponto de usar de um todo estas características a nossa favor e a favor da boa arquitetura.
E a maior prova do poder do branco é que ele já ganhou um Pritzker! Sim, Richard Meyer só usava branco em suas fachadas, e ganhou o Pritzker em 1988.

P.S.: Obrigado ao Fabian Marco que me deu a idéia desse post, quando ainda fazíamos Projeto IV. Melhor dupla de projeto ever!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Quanto vale um arquiteto?


Quanto você cobra pra projetar? Pouco, muito? A pergunta ideal aqui seria: qual o parâmetro?


Arquitetos em começo de carreira, e mesmo outros profissionais da área e com um pouco mais de experiência, muitas vezes não sabem cobrar. Ou cobram mal. Infelizmente, devido à crise econômica que o Brasil sofreu por vários anos deixou a construção civil com uma espécie de doença crônica: cobrar barato para ter clientes. A situação era que como pouquíssimas pessoas tinham muitíssimo dinheiro, os profissionais tinham que cobrar barato para que as pessoas pudessem pagar.


Hoje a situação mudou. O setor está aquecido, os materiais estão mais baratos, mas e o valor dos profissionais? Não é preciso mais matar cliente à grito pra conseguir um projeto. Se você parar pra perguntar, muitos escritórios pequenos já possuem uma boa demanda de projetos. Mas e agora, quanto cobrar?


Esse é o problema de hoje. Perdeu-se o critério para cobrar. Não digo que sejamos ser como os tais stararchitects que cobram muito; valores que fogem da nossa escala monetária comum. Mas podemos aprender com eles. Perceba que eles recebem muito, mas também fazem muito! Observe o nível de detalhamento, todo o tempo gasto no projeto para conceber uma idéia, um conceito, e desenvolver a partir daí um projeto grandioso, que irá se expor para todo o mundo. Você também não cobraria muito?


Creio que isto pode ser um parâmetro para o futuro. Observe sempre o nível de detalhamento necessário, e principalmente, o PRAZO necessário. Vale tanto a pena correr, correr, correr, acabar fazendo um projeto nas cochas, apenas para manter UM cliente? Nunca parou pra pensar que enquanto você se valorizar como profissional, talvez os seus clientes também te valorizem e principalmente, respeitem o seu trabalho? Afinal de contas, não passamos cinco anos virando noites na frente do CAD para chegar e ficar pedindo esmolas.


O problema maior são os profissionais que balizam por baixo o mercado. Acabam criando um sistema que traz a todos para a diminuição da qualidade dos projetos e das obras. Penso como se formaram estes profissonais, e principalmente, como podem seguir representando o nosso setor?


Não peço que saia cobrando alto por aí, princalmente você que acaba de sair da faculdade. Peço que cobre o justo, ou no mais, converse com o seu cliente. Com diálogo, sempre se pode chegar num acordo. Arquiteto tem mania de querer fugir do cliente justamente por medo de perdê-lo, mas isso é papo para outro dia.




P.S.: Vocês viram que arquiteto agora também faz propaganda? O Rafael Pantalano é protagonista da propaganda do novo Sony Vaio. Procurei no YouTube mas não achei o vídeo, se alguém achar o vídeo, por favor me mande o link. Quanto será que ele cobrou?

domingo, 25 de abril de 2010

Efeito Guggenheim

Muitas pessoas conhecem o Museu Guggenheim de Bilbao. Uns amam, outros odeiam. É por si só um projeto polêmico devido à sua forma e custo. Porém, o que mais chama atenção sobre ele é que uma só edificação foi capaz de elevar novamente a economia de uma pequena cidade espanhola. Este efeito, onde um projeto é capaz de provocar mudanças na realidade social e econômica de um local, é hoje chamado efeito Guggenheim.
Isso me leva a pensar no poder que os arquitetos tem nas mãos. Um simples projeto é capaz de modificar as relações sociais e definir os grupos que ali convivem. Pode-se criar verdadeiros monstros ("Que porra de fachada é essa?") ou então definir um renascer social.

A qualificação do projeto tem muito a ver com um fator temido pelos arquitetos e um pesadelo que nos atormenta a cada semestre: o entorno. O edifício está isolado ou está ligado a outros prédios? Qual a função urbana que ele desempenha? É mais alto que os demais? Repete quais elementos? O seu estilo condiz com as outras edificações?

Cada projeto é único. Não se pode utilizar os mesmos parâmetros para julgar todos os casos. Torço apenas para que todos os projetos que eu ou meus colegas venham a desempenhar sejam capazes de produzir efeitos Guggenheim. Não precisa deixar a cidade a mais rica da região, mas pelo menos elevar a qualidade da cidade onde moramos e a auto-estima de seus habitantes.

sábado, 24 de abril de 2010

Por que linha de chamada?

A linha de chamada é um elemento conhecido das pessoas que tem contato com a geometria descritiva, ou mongeana, ou troço-chato-filho-da-puta!

Consiste basicamente de um elemento gráfico não permanente que é utilizado para determinar alturas e posições de algum ponto ou componente do desenho em outra projeção, conhecidas como "pi linha", "pi duas linhas" ou então "a parte de cima do desenho".

A intenção desse blog é falar, basicamente, de tudo. Trazer à tona e demarcar assuntos comuns da população: uma manchete, uma notícia, uma foto. Claro que a arquitetura será elemento recorrente nos posts desse blog, afinal, é dessa loucura que todos gostamos. Dizemos que não, mas bem no fundinho, gostamos.